terça-feira, janeiro 22, 2008

Frio

O ar está frio...

E nada sinto...

Apenas o ar...
Frio...

Busco-te por entre a multidão
Mas não estás lá...
Não sei onde andas
Somente sei que te quero!
Pressinto a tua presença!
Olho para trás
Mas nada...
A multidão que cavalgava a rua
Desapareceu...
Deixando atrás de si uma rua deserta
E inóspita!
Somente sobraram as pedras da calçada como recordação...
Somente elas se lembram
Somente elas ficaram!

Por onde andas?
Não me queres dizer?
Eu vou ter contigo...
Nem que seja no fim do mundo
Só para te poder ver uma ultima vez...
Tocar-te uma ultima vez...
Antes deste meu corpo partir
Deste mundo devez!!!

O fumo do cigarro enrola-se à minha volta
E eu enrolo-me nele
Uma eterna relação de amor/ódio
Uma eterna permuta sem relação

Uma estúpida acção minha deu cabo de tudo o que tinhamos
Mas o que é que tinhamos mesmo?
Não me lembro...
Eu queria ter-te
Mas tu apenas querias passar tempo comigo
Eu queria pertencer-te!
Mas tu apenas querias estar comigo...
Um estar momentanio
Um estar pastilha
Em que se come, chupa e quando o sabor acaba deita-se fora...
E troca-se por outra...
Um estar momentanio...

E agora nada resta...
E agora só a solidão e as memórias de outros dias
Permanecem...
As memórias!
Malditas sejam elas mais o desejo de te ter!!!
Como eu as detesto!
Porque é que tenho que ter memórias...
Especialmente memórias de ti!
Essas memórias destroem-me
Consomem-me!
Aniquilam-me!

Entretanto aqui estou eu
Ao frio...
E mais nada sinto
A não ser o frio...
Tudo porque morri
Sem te ver uma ultima vez...


Osculações & Amplexos,
AlmaMater